segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Um fragmento de Caio Fernando Abreu

Posso dizer que este, é um dos meus textos preferidos ( mesmo que aqui esteja apenas um fragmento).

"De repente me passa pela cabeça que você pode estar detestando tudo isso e achando longo e choroso e confuso. Mas eu não quero ter vergonha de nada que eu seja capaz de sentir. Tento não ficar assustado com a idéia que este tempo aqui é curto...e que talvez não veja mais você...
Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas… Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo.(...)
Somos muito parecidos, de jeitos inteiramente diferentes: somos espantosamente parecidos. E eu acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim - para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura. Perdoe a minha precariedade e as minhas tentativas inábeis, desajeitadas, de segurar a maçã no escuro. Me queira bem.
Estou te querendo muito bem neste minuto. Tinha vontade que você estivesse aqui e eu pudesse te mostrar muitas coisas, grandes, pequenas, e sem nenhuma importância, algumas.
Fique feliz, fique bem feliz, fique bem claro, queira ser feliz. Você é muito lindo e eu tento te enviar a minha melhor vibração de axé. Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim..."


(...)

E amanhã tem sol.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Again?


E mais uma vez tudo absolutamente oscila; quase que por instantâneo minha vida muda. Você esteve presente em minha vida por muitos meses, entretanto eu não estive na sua.
Então achei que tinha conseguido lhe tirar de meus pensamentos, mais não. Apareceram outros amores, amores do passado; mas sempre quando você surge, sempre quando lhe vejo me encanto. Então depois de alguns meses, e amigos em comum, algumas conversas, certos porres; tudo foi uma constante luta pra me aproximar de você.
Espero que tenha, em certo ponto, resultado em algo. Contudo ainda busco a tal aproximação esperada. É incrível como me engano com os homens, uma vez encontrei aquele cujo tinha uma afinidade incrível, e realmente achei que poderíamos dar certo. Hábitos parecidos, manias e gostos exóticos iguais. Mas não, ele não era o cara que o destino havia reservado pra mim.
Então, você que vai e volta do meu pensamento, ressurge como sempre. E eu tentando ser amiga, não consigo disfarçar; ao seu lado ensaio todos os
atos, fiscalizo até meus olhares; tudo pra não ultrapassar os limites que eu mesma impus a nós.
Minhas mãos soam, não consigo dizer nada, minhas idéias somem; por que tanto nervosismo com um garoto como você.? Um menino.
Ó menino, olhe pra mim, como eu pude me apaixonar por você?
Justo você, o mais tonto, idiota, inteligente, retardado, diferente, único ser que conseguiu me encantar desse fim de mundo que eu vivo.
Você, que depois de muitos anos me fez sentir tão nervosa quanto no passado. Mas você que, nada me parece com o que eu fantasiava em minha mente, você que eu não consigo infiltrar dentre conversas rotineiras com as amigas.
Você que ainda é um enigma que pretendo manter na estante, juntamente com aquela caixinha de vidro onde guardo meus amores platônicos de infância.


Foto: Femme Accroupie - Camille Claudel

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

E em um passado não muito distante...

Era um dia comum e nossa aventureira garota se arrumava para ir à escola. Tudo foi absolutamente normal, como costumava ser, os mesmos amigos, as mesmas brigas tolas, os mesmos professores.
Então ao bater do sinal, ela sai correndo indo em direção a estação ferroviária. Chegava a tão esperada hora do dia. Ela o veria.
Aquele uniforme, com todos aqueles materiais não ajudava em nada sua apresentação. Ela já começara a procurá-lo com o olhar, pois não eram todos os dias que ele costumava aparecer. Todo aquele enigma a entusiasmava cada vez mais.
Nesse dia para sua felicidade ele apareceu; se encontrava na parte de fora da estação como de costume; com aquele seu olhar longe, aqueles piercing’s que lhe chamavam tanto a atenção, aquela roupa básica que lhe dava um charme à mais.
Já fazia alguns meses que ela apenas o olhava, desejando uma conversa, entretanto sua timidez não a possibilitava à tentar um diálogo.
Sentindo que este seria um dia especial, resolveu ir de encontro com ele. O trem se aproximava da plataforma e ele se dirigia para dentro da mesma, ela o seguiu, entrando no mesmo vagão que ele.
Já havia passado algumas estações e seu nervosismo era nítido. Sentia sua pele rosar, e tinha a impressão que todos a olhava, sabendo de tudo o que estava planejando.
Cada vez ia chegando mais perto, e quando se viu estava frente à frente com ele, seu coração batia forte demais pra que ela pudesse falar, ele a olhou com ar de assustado, pensou em desistir, entretanto naquele momento não poderia voltar.
Falou com ele, e houve até um diálogo, ela tremia mais tentou disfarçar. Trocaram telefones e se falaram algumas vezes.
Ela já estava apaixonada. Aquele dia mudara a vida dela, claro nossa querida garotinha tinha apenas quinze anos.
Ela falava dele para as amigas, e sonhava com ele ao chegar a casa. Ligava muito pra ele, sua mente já havia arquitetado um mundo inteiro cor de rosa, com pássaros e violinos.
Em um dia comum ao anoitecer ela ligara pra ele, não muito tarde, pois ela iria dormir cedo, no dia seguinte iria à escola. Para seu total espanto sua mãe disse que ele já dormia. A energia elétrica de seu prédio havia acabado.
Mas ele lhe disse que morava em outro lugar. Por que ele mentiria o local onde mora.
Não admitindo mentiras, parou de falar com ele.
E assim seguiu sua vida; passaram alguns anos e muitas coisas em sua vida mudaram.
Então já com outros amigos, em um final de semana qualquer andava pela rua com uma amiga, quando um grupo de amigos as aborda, para sua absoluta surpresa ele esta lá.
Ele se lembrara da mesma, e então como um curta-metragem, sua história lhe passa a mente rapidamente. Ela se afasta e vai embora.
Sua amiga lhe convence a voltar e conversar com ele.
Eles finalmente se beijam, ela percebe o quanto esperou por aquele momento e se afasta novamente, e dessa vez vai embora.
Ele o segue, e isso a assusta muito. Tenta desviar a atenção mais ele continua lá à olhar.
Eles conversam por algum tempo e se afastam de todos.
Beijaram-se cada vez mais, e então ela se entregou. O sonho dela estava se realizando naquele momento, ela deseja profundamente que isso dure pra sempre. Que eles possam se ver mais.
O momento carnal acaba e ela vai embora. Sonha com ele e passa a semana nas nuvens. No final de semana seguinte eles como que combinado se encontram no mesmo local.
Eles conversam, vão pra casa de um amigo dele com outros amigos.
Cada detalhe, cada olhar, cada palavra fazia seu coração disparar. Ela bebia cada vez mais pra não entender tudo aquilo que estava sentindo.
Como ela, depois de quase três anos, estava se sentindo da mesma forma como quando tinha quinze anos.
Eles mais uma vez tiveram momentos maravilhosos, e ela voltava a morar em seu mundo cor de rosa mais uma vez.
No outro fim de semana, outra vez, se viram e mais uma vez ficaram juntos. Dessa vez conversaram mais.
E então uma frase a apavorou.
‘Até semana que vem’.
E isso a apavora desde então.
Esperaremos pra ver como nossa querida amiga agirá. Se irão se ver mais vezes, se o destino os separaram mais uma vez.
Ou se foi apenas uma brincadeira que o destino fez com os dois.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

ócio.

E então cheguei a conclusão de que eu tenho vergonha de gostar de você.
E que este sentimento pode estar acontecendo aqui dentro a algum tempo e eu não tinha coragem de admitir, então eu tive, e tudo deu errado.
Você não me quis, meus amigos não aprovaram;
dizem que é orgulho ferido, que foi pela rejeição, que foi por tantas coisas e eu ainda fico com o : gostar.
Por qual motivo eu, aqui, a pessoa que mora dentro de mim, que tem todos os sentimentos em grande escala, não posso gostar daquele cara estranho que se camufla no meio da multidão.
Qual o motivo?
E talvez possa ser tudo da minha imaginação, como já acorrera outras vezes.
Talvez pelo dia dos namorados que insiste em voltar esse ano sem ninguém pra me fazer companhia, ou por todas as minhas amigas terem namorados, pela pressão da minha família, ou por minha imensa solidão.
Ou não também, pode não ser nada. Você pode ser bonito e eu o admiro por isso.
Talvez seus defeitos podem ter me atraído, como também já acorrera antes, essas não-qualidades que sempre me encantam e eu insisto em dizer que não fazem parte da minha lista de ideais masculinos.
Pode ser tanta coisa, ou eu posso ter inventado tanta coisa pra não dizer que gosto de você. Ou as pessoas podem ter inventado essas coisas pra eu não gostar de você.
Quantas duvidas, e sem nenhuma resposta, e perguntas que levam a outras e que voltam as mesmas.
E eu fico aqui, cheia de duvidas, sem respostas, e sem você ( o que doí mais).



E eu percebi que passo minhas tardes a ler Caio F e Tati B, a ouvir Roupa Nova e Pearl Jam, a me arrumar mais.
Se foi por você não sei, e na verdade nem quero saber, só queria te ter.
E não do jeito que tenho todos os outros, que ainda me ligam, quero de um jeito puro, sem aromas de uva, ou dores musculares no dia seguinte. Te quero de uma forma delicada, com carinho e beijos no final, com sofá e filme no domingo à tarde, de saber o nome da sua mãe e brincar com seu cachorro.
Eu realmente quero você, te conhecer, brigar com você, ficar de porre junto, voltar pra casa andando no meio da avenida, dormir sorrindo e acordar com você do meu lado com a dor de cabeça maior do mundo.
E eu aqui, mais uma vez começei a imaginar cenas com você, como faço sempre, com todos, todas as vezes que me iludo e me fodo depois sozinha; mas eu não aprendo mesmo, já sei o fim, mais persisto em sofrer por você que como diz a Tati B
"como eu curto um ser desgraçado que caga pra mim"
( Tati sempre sabe as palavras certas)

Eu esperava te ver hoje, pra dormir melhor.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Chega.

E então eu aqui outra vez, escrevendo sobre você. Isso tudo já está me deixando irritada.
Tantos caras com qualidades, bonitos, ricos, inteligentes que me cercam todas as manhas, e eu, a idiota com o dedo mais podre do mundo, me apaixono por você, o serzinho mais desprezível desse mundo.
Você se veste da maneira mais adolescente possível, e todos ao meu redor com suas roupas super estilosas, você com esse corpinho magro de criança indefesa e todos com seus corpos definidos.
E eu, me apaixonei por você! Sim você, que nem repara em mim, que me vê sei la como o que, ou nem me vê também.
E eu, que mudei a hora do meu café da manha, só pra te ver de manha, que chego super atrasada e perco de ver o meu amigo mais gato, que chego muito adiantada na faculdade, que deixo de ir pro cursinho pra vê-lo, que fico na Internet a tarde só pra ver se você esta Online..
Ah! to agindo exatamente como quando eu tinha doze anos, e pior.
E tantos relacionamentos, e saídas casuais, e amores de um fim de semana; tudo fica pra trás.
E eu olho pro lado, pro lado mais escuro, pra você.
Mas o que eu quero com você? Nada. Não tenho coragem de levar você na minha casa, nem de te apresentar aos meus amigos, nem ao menos tenho coragem de falar com você.
É acho que é paixão mesmo, e com certeza no próximo mês as borboletas serão de outra natureza, quem sabe uma mais possível.
"(...) Desculpem o trocadilho infame, mas a vida é feita de altos e baixos. Altos, fortes, morenos, sensuais, possíveis e aquele baixinho, meio esquisito, que não sai da sua cabeça. "
Tati Bernardi

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A Volta


Sim, elas voltaram; as divinas criaturas que sempre me fizeram suspirar.

E eu ingénua achando que elas estavam extintas do meu mundo, me enganei, voltaram com toda a força, e justo por você.

Por algum motivo, depois de um mini-abraço de ontem, de um sonho perfeito, de ser ignorada pela manha, me vejo com vontade de dizer-te:


"chegue bem perto de mim. Me olhe , me toque, me diga qualquer coisa.ou não diga nada, mas chegue mais perto. Não seja idiota, não deixe isso se perder, virar poeira, virar nada."

Caio Fernando de Abreu

Entretanto, é exatamente isso que vai acontecer. Nada.


terça-feira, 18 de maio de 2010

Idealização



Então no meio de um dos meus textos me vi idealizando alguém, como se uma pessoa ideal pudesse existir;



Sobre relacionamentos:

Não espero cancelar compromisso por alguém; ainda não é aceitável a mim o ter alguém. Em determinados momentos quero, o que na maioria das vezes acontece em finais de semana. Entretanto ao decorrer da semana, onde as ações rotineiras são mais frequentes e exaustivas, me vejo suficiente, eu me basto, e as vezes é demais.
Por isso procuro uma pessoa que pense, que possua o dom da crítica, da pesquisa, da arte.
Que viva socialmente, mais não com alienados.
Que soubesse conversar, mas não sobre novelas.
Que lê-se, apreciasse o sol.
Que tivesse futilidades, mais não fosse infantil.
Que beba mais não fume
Que acredite em uma força maior, mais siga dogmas.
Que não seja machista, e que aceite meus ideais feministas.
Que saiba o valor da família, mas não queira construir uma.
Que gostar de andar, ouvir música e dias frios; e que me acompanhe se quiser os três ao mesmo tempo.
Que seja romântico, mais não meloso.
Que tenha amigos, e respeite os meus.
Que saiba dos meus medos e fraquezas e os deixe onde estão.
Quero poder contar e espero que conte comigo para tudo.
Que tudo seja fruto de um dialogo.
Que ninguém mande, que os dois cedam.
Que me ame, mas não me queira inteiramente.
Foto: Tocadora de flauta - Camille Claudel.