E mais uma vez tudo absolutamente oscila; quase que por instantâneo minha vida muda. Você esteve presente em minha vida por muitos meses, entretanto eu não estive na sua.
Então achei que tinha conseguido lhe tirar de meus pensamentos, mais não. Apareceram outros amores, amores do passado; mas sempre quando você surge, sempre quando lhe vejo me encanto. Então depois de alguns meses, e amigos em comum, algumas conversas, certos porres; tudo foi uma constante luta pra me aproximar de você.
Espero que tenha, em certo ponto, resultado em algo. Contudo ainda busco a tal aproximação esperada. É incrível como me engano com os homens, uma vez encontrei aquele cujo tinha uma afinidade incrível, e realmente achei que poderíamos dar certo. Hábitos parecidos, manias e gostos exóticos iguais. Mas não, ele não era o cara que o destino havia reservado pra mim.
Então, você que vai e volta do meu pensamento, ressurge como sempre. E eu tentando ser amiga, não consigo disfarçar; ao seu lado ensaio todos os
atos, fiscalizo até meus olhares; tudo pra não ultrapassar os limites que eu mesma impus a nós.
Minhas mãos soam, não consigo dizer nada, minhas idéias somem; por que tanto nervosismo com um garoto como você.? Um menino.
Ó menino, olhe pra mim, como eu pude me apaixonar por você?
Justo você, o mais tonto, idiota, inteligente, retardado, diferente, único ser que conseguiu me encantar desse fim de mundo que eu vivo.
Você, que depois de muitos anos me fez sentir tão nervosa quanto no passado. Mas você que, nada me parece com o que eu fantasiava em minha mente, você que eu não consigo infiltrar dentre conversas rotineiras com as amigas.
Você que ainda é um enigma que pretendo manter na estante, juntamente com aquela caixinha de vidro onde guardo meus amores platônicos de infância.
Foto: Femme Accroupie - Camille Claudel
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