E mais uma vez me vejo sentada, ouvindo Bom Jovi, escrevendo sobre outro término, outro relacionamento que nem começou acabara.
E você ainda presente em minha mente como sempre estivera, é incrível como em certas épocas do ano você volta com todo um gás e desperta a vida em meu estômago; então lembro que você está mais de quatorze mil quilômetros de mim, juntamente com a mulher perfeita da sua vida que, por ironias desse burro destino, não sou eu.
E me vejo nesse quarto rosa, cheio de gravuras, quadros, fotos, desenhos e frases, sentindo uma solidão tamanha que nem uma multidão seria capaz de cura-lá. Ouço essas músicas velhas falando de amor com melodias tristes, e eu arquitetando uma forma de sair daqui e tentar esquecer que sempre terei de encarar, em algum momento, minha solidão.
E sempre depois que paro de sair com o garoto, sim aquele que eu sempre acho que é o garoto perfeito, sempre, seja quem for; eu penso em todas as paixões, ilusões que já tive e vejo que no final de cada uma delas é de você que eu lembro.
É no seu álbum escondido em várias pastas em meu computador que vou, e gasto quase horas inteiras a contemplar sua face, seu corpo, sua feiúra, seu não fotogênico modo de ser, sua merda de aliança, seu celular que manda mensagem pra sua mulher perfeita (e não sou eu), e suas fotos de lugares históricos que estão em meus sonhos a cada dia, e esses lugares que você conhece como a palma da sua mão com sua mulher perfeita.
Me vejo rodeada por desenhos de casais, corpos humanos, colagens sobre amor que eu mesmo fiz e que agora me fazem sentir mais sozinha, como o desenho de um vestido que desenhei, este que nem se quer possui face, este que como na gravura me vejo, nem ao menos sou uma mulher completa agora.
E essa bagunça agora, não! Esse porta-retrato de plumas vermelhas, com minha foto ainda criança, quando ainda tinha sonhos que podiam ser realizados pelo cartão de crédito do meu pai, e hoje nem pai, nem cartão... Apenas sonhos.
Essa pilha de livros de história e arte, que está há meses, e que aumentam a cada dia, sem que eu os leia, ainda espero passar minha fase Jane Austen, mais ainda restam quatro livros... Carvões, grafites, tintas, livros, prancheta, mesas e enfim... Minha cama, onde descanso, e finjo que relaxo e espero arquitetando as coisas pra o próximo dia, que será como hoje, mais mesmo sabendo disso não perco as esperanças que possa ser diferente e melhor que eu possa encontrar meu nerd de cabelos cacheados com calça social que curta bossa nova, use óculos, estude história e filosofia... Mas que simplesmente me ame.
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