quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O desaparecer das borboletas

Desapareceram, onde foram as divinas criaturas que me faziam suspirar?
Talvez ela só apareciam quando um não correspondido amor começava. E desta vez?
Será correspondido então? Pela primeira vez algum sentimento que eu permita acontecer seja permitido por outro alguém para que eu o sinta.
Pude sentir-me segura, e não precisei que meu mundo de fantasias viesse à tona para que eu pudesse me sentir bem; tudo o que está presente em minha memória foi concreto, os atos que com toda a euforia contei as minhas amigas aconteceram, e mesmo desta forma ainda não o quero acreditar.
É difícil aceitar o que nunca acontecera antes, como poderei dizer que acontecera se não conheço o algo, não conheço a sensação boa que todos me diziam que já sentiram, desconheço a proteção vista nos braços de quem ama, pois nunca fui amada antes.
Por muitas vezes pensei ser única em minha falta de sentimentos correspondidos, imagino com frequência instantes de felicidade, uma rotina com amor e aventuras, coisas que jamais soube ser boa ou ruim, apenas está em minha mente, não tive oportunidade de senti-las.
Por outro lado, muitas pessoas desfrutam de tamanha solidão como a minha, procuram insistentemente por um amor verdadeiro; mas será que este amor verdadeiro pode ser procurado? Pode ele apenas acontecer, e sem que você possa saber quando ele acontece, ele apenas chega.
Toma sua vida de uma forma que um vocabulário, por mais extenso não pode explicar. Todas as formas de arte parecem poucas para descrever tamanha felicidade e de uma forma gostosa- ou não que é amar.
Creio ser impossível descrever em que período de tempo pode acontecer o amor, qual o tempo necessário para que o que chamam de amor aconteça.
Quando sabemos que o amor aparece? Como poderemos saber quando a pessoa que surge é a certa?
Por que as queridas borboletas em meu estômago não se mexeram quando o vi, nem quando me vi em seus braços? E apenas quando seus lábios se tocaram aos meus e uma proteção incalculável senti, foi que as borboletas lentamente se movimentaram e uma tranquilidade sem tamanho pairou no ar.
Tudo estava perfeito, a noite, o local, as companhias; ele.
Ele, não é o que eu imaginava, consegue ser melhor, consegue superar o que eu ditava como o certo.
Possui mais do que as qualidades que eu procurava, e entre os bônus a vontade de viver, que dentre minhas metas escritas não estava presente.
Em tantas coisas que desejo realizar, o viver estava esquecido. E a timidez que eu dizia não existir em mim, pode ocupar o seu lugar. Pois não há nada de errado em ser tímido em assuntos amorosos, pelo contrário possui sua beleza.
Com as inúmeras qualidades que vi a priori esta a timidez, o carinho.
Quando segurou minhas mãos para que pudéssemos nos dirigir a saída, me senti a mulher mais feliz, e se pudesse fazer um único pedido, pediria que aquela noite não acabasse jamais, que eu pudesse o ter pra sempre ao meu lado, que fizesse parte de minha história, que fosse inspiração aos meus romances e quadros, que sua face estivesse em meus desenhos.
E que em minha foto de cabeceira estivesse você e eu.
Me espanto ao pensar que dentre os sentimentos que já tive não tenha pensado nestas lindas coisas que desejo agora ter. Em minha auto avaliação digo que apenas um único homem amei, amor este com a maior pureza e inocência que existe, não houve atos físicos para que este amor acontecesse, foi seu olhar que me hipnotizou por seis anos.
E que quando penso que o esqueci, este amor que digo como verdadeiro, mas que na realidade foi apenas platônico, seus olhos me vêem a mente.
Mas não com a importância que tinham, e nesse momento me vem um medo de que tudo o que eu penso e sinto seja apenas meu, que ele não o sinta, e que outra vez usarei Platão a descrever sentimentos que deveriam ser meus.
Desejo que isto que sinto, o que desejo sentir possa ser verdade e que eu não o sinta sozinha.
E que a musica que escrevera a mim seja verdade, que sempre que eu quiser o ver, estará.